Com histórico importante de ações culturais e educacionais do povo Kaingáng, local é revitalizado e recebeu o nome da professora Andila Nῖvygsãnh, em cerimônia de inauguração ocorrida nesta quarta, 21.
A Organização Indígena Instituto Kaingáng/Inka celebrou junto ao povo Kaingáng uma nova conquista a partir da inauguração do Memorial Kaingáng na cidade de Coxilha, no RS.
A iniciativa é do Instituto Kaingáng e foi aprovada pela Fundação Nacional de Artes/Funarte no edital de Apoio a Ações Continuadas – Espaços Artísticos em dezembro de 2023. O local é um dos cenários em que, há 17 anos, o Instituto Kaingáng batalha para erguer, estruturar e desenvolver um trabalho voltado à valorização da cultura e da educação Kaingáng em condições desafiadoras, especialmente em termos laborais.
Com um acervo importante de peças de arte, arquivos fotográficos, registros e memórias conjuntas do povo Kaingáng, especialmente do Rio Grande do Sul, protagonizadas por indígenas Kaingáng, o Memorial conta, entre outros serviços, com um trabalho especializado de qualificação em Patrimônio Cultural Kaingáng, dirigido no formato de oficinas, principalmente para professores Kaingáng que atuam nas escolas indígenas.
Cerimônia de Inauguração
A professora Andila celebrou a inauguração do Memorial Kaingáng que leva o seu nome, ao lado dos convidados Kaingáng vindos da região Sul e Sudeste, parceiros, entidades e representantes dos governos locais de Coxilha e Ronda Alta.
Em suas palavras, o historiador Ferreira destacou o seguinte acerca do espaço, “o Memorial marca uma trajetória, tanto da Andila como do povo Kaingáng, pois o Memorial é um espaço de memória do povo, que é sustentada pela nossa coletividade. A memória é uma ferramenta importante para nossa sobrevivência”, completou Ferreira.
A Kujá Dirce da Terra Indígena Vanuíre de São Paulo e representante do Museu Worikg, entende o Memorial Kaingáng como uma importante abertura de portas , “ficamos muito felizes com o Instituto. Precisamos mesmo nos refortalecer, a gente pode estar em qualquer lugar, mas nunca devemos esquecer quem a gente é, não esquecendo dos nossos antepassados que lutaram para deixar toda essa riqueza que nós temos. Quantas vezes vemos falar que Kaingáng não existe, mas nós estamos aqui, estamos na luta”, se alegrou a Kujá.
O Instituto Kaingáng agradece imensamente a participação e o apoio recebido nesse momento especial para a Organização e o povo Kaingáng.
Na parte da tarde, uma programação com oficinas de tecelagem, grafismo corporal e facial e de cerâmica Kaingáng vão ocorrer no Memorial e segue nesta quinta (22), e sexta (23), com vagas esgotadas.
Parabéns aos envolvidos! Que espaço importante!!!