A Organização Indígena Instituto Kaingáng/Inka está entre as 40 entidades e coletivos culturais ganhadores no Brasil da 4ª edição do Prêmio Pontos de Memória 2023 do Instituto Brasileiro de Museus/Ibram do Ministério da Cultura (MinC).
O prêmio reconhece práticas em museologia social que tenham contribuído para a identificação, registro, pesquisa e promoção do patrimônio material e imaterial de grupos, povos e comunidades representativos da diversidade cultural brasileira.
Foram avaliadas desde a documentação histórica que comprova as ações de museologia social desenvolvidas pelas entidades, e como contribuíram para o fortalecimento das tradições locais, para o intercâmbio cultural entre diferentes segmentos da comunidade ou voltadas para a valorização do patrimônio cultural e da memória local da comunidade, entre outros.
Apenas entidades certificadas como Ponto de Memória pelo Ibram puderam concorrer ao prêmio, que homenageou nessa edição, a figura e trajetória de trabalho de Helena Quadros, educadora que se destacou no setor educativo do Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), e que perdeu a vida durante a pandemia de Covid-19 em 2021.
Desde julho de 2023, o Instituto Kaingáng é uma organização indígena certificada pelo Ibram como Ponto de Memória, que se trata de uma titulação que oficializa o reconhecimento de que a organização apoia ou desenvolve programas, projetos e ações de museologia social.
Prêmio Ponto de Memória
Com o prêmio, o Inka têm sua atuação reconhecida por suas iniciativas voltadas ao desenvolvimento, transmissão, difusão e preservação de saberes e fazeres Kaingáng, incluindo as mais diversas linguagens artísticas-culturais (pintura corporal, tecelagem, pintura em tela, cerâmica, canto, dança, contação de histórias do povo Kaingáng), e o acesso a materiais audiovisuais que divulgam as expressões culturais tradicionais Kaingáng (em formato bilíngue, pensados e produzidos em conjunto por anciãos mestres de cultura Kaingáng, artesãos, artistas, arte educadores, jovens, crianças, comunicadores e advogados indígenas no contexto do Ponto de Cultura Kanhgág Jãre do Inka).
Inclusive telas de tecelagem com Grafismos Kaingáng do Ponto do Inka se encontram expostas no Museu Julio de Castilhos em Porto Alegre na Exposição “Memória e Resistência”, bem como já participaram da Exposição Coletiva de Arte Contemporânea “Terres Indigènes / Terras Indígenas (Brasil)”, promovida na França por Cláudia Campos em abril de 2019.