Com desempenho excelente avaliado pelos participantes do Programa Convivências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Ponto de Cultura Kaingáng apresentou resultados positivos nesta sexta, 10, no encerramento dos trabalhos de intermediação do projeto que acontece desde a última segunda, dia 06, na Terra Indígena Serrinha, município de Ronda Alta (RS).

O professor e coordenador do projeto Convivências da UFRGS, mestre em Sociologia e doutor em Educação, Odalci José Pustai, agradeceu a intermediação do Ponto de Cultura Kaingáng e destacou a importância do momento histórico compartilhado por todos em meio aos Kaingáng durante o projeto. “É uma honra para nós, junto ao Ponto de Cultura, contribuir de alguma forma, em especial, para a retomada da cerâmica Kaingáng. Foi intenso o que vivenciamos aqui, é uma via de duas mãos”, agradeceu o professor.

Na avaliação sobre o Convivências, a presidente do Instituto Kaingáng (INKA), coordenadora do Ponto de Cultura e educadora, Andila Kaingáng, afirmou que o conhecimento da realidade dos povos indígenas é crucial para a permanência de estudantes indígenas na Universidade, “acredito que um ponto de partida tenha sido dado quando fizemos o melhor por todos os que estiveram conosco nesses dias em Serrinha”, concluiu a educadora.

Na ocasião de encerramento dos trabalhos, esteve presente o cacique da Terra Indígena Serrinha, Ronaldo Claudino, que agradeceu a presença da UFRGS na aldeia e a todos os participantes.

Estudantes da UFRGS

Em seus relatos finais, os universitários da UFRGS deixaram suas variadas impressões sobre o que aprenderam e observaram durante o projeto do Convivências, intermediado pelo Ponto de Cultura.

“A experiência mais significativa foi ter a oportunidade de enxergar a vida real dessas pessoas, com suas visões de mundo, anseios, desejos e erros. Isso nos torna mais próximos, a verdade trás uma humanidade para as relações”, descreveu Leonardo da Costa Silva, do curso de História.

O estudante de Jornalismo, José Ruhee, reconhece, “nós, da UFRGS, que viemos como possíveis e futuros mediadores do processo de entrada dos estudantes indígenas na universidade, que em tese, viemos estender a mão, é que fomos abraçados. É comovente a luta de valentes mulheres Kaingáng que se tornaram exemplos fortes de perseverança e honra para o futuro desta comunidade”.

Finalizando, a universitária do Curso de Artes Visuais, Mariana Pessoa, enxerga a semana do Convivências “como uma chance de aprender e experimentar maneiras de fazer, de comunicar e de se relacionar diferentes”, agradeceu a jovem.

O grupo de professores, técnico-administrativos e estudantes do Programa Convivências da UFRGS deve retornar na manhã deste sábado, 11, de volta à Porto Alegre.

Escrito por: Sônia Kaingáng, jornalista indígena independente, especializada em Educação, Diversidade e Cultura Indígena.

Reprodução permitida desde que citada a fonte.

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