As atividades do Ponto de Cultura Kaingáng para o Projeto Convivências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), seguem nesta terça, 07, na Terra Indígena Serrinha, município de Ronda Alta (RS).
O objetivo do projeto é proporcionar, por meio de uma metodologia participativa, a construção de conhecimentos nas diferentes realidades entre os membros da comunidade visitada e os participantes que são professores, técnico-administrativos e universitários de diversas áreas.
Para que a troca de saberes com a comunidade indígena seja oportunizada, o projeto Convivências é realizado durante o período de férias, sendo esta, a Edição de Verão 2020 que ocorre entre os dias 06 à 11 de janeiro na aldeia Serrinha, selecionada a partir de um convite da UFRGS ao Centro Cultural Kanhgág Jãre (Raízes Kaingáng).
Revitalização da Cerâmica Kaingáng
Produzida historicamente pelos Kaingáng, a cerâmica, um dia utilizada em utensílios domésticos, atualmente é pouca difundida entre os Kaingáng, tendo ocorrido uma iniciativa de revitalização desta arte entre o povo Kaingáng nas aldeias próximas à região de Porto Alegre (RS).
Em 2019, o Ponto de Cultura Kaingáng subsidiou o projeto “Kanhgág Go’or”, que significa “Cerâmica Kaingáng”, uma iniciativa premiada pelo Ministério da Cultura (MinC) em sua 6º Edição do Culturas Populares, tendo continuidade no início deste ano, oportunamente na ocasião de visita dos participantes do Convivências, que junto aos Kaingáng de Serrinha, vivenciaram uma experiência única de produção artesanal com barro/argila encontrada na própria comunidade indígena.
Em interações como essa, especialmente no caso dos universitários não indígenas, a educadora e coordenadora do Ponto de Cultura, Andila Kaingáng, acredita que a disposição dos estudantes em conhecer o universo indígena é muito importante. “Eles vieram dispostos e chegaram até aqui porque se interessam e querem ajudar, não são pessoas que nos discriminam, mas sim, pessoas que desejam saber da nossa história e da nossa cultura. São iniciativas tão pequenas como essa onde encontramos parcerias que vão sendo multiplicadas em escolas, universidades e em muitos outros espaços”, observa Andila.
O Convivências segue até o dia 11, sábado, na aldeia indígena Serrinha.
Escrito por: Sônia Kaingáng, jornalista indígena independente, especializada em Educação, Diversidade e Cultura Indígena.
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