A parceria desponta da oportunidade do Grupo Cultural Kanhgág Jãre da Terra Indígena Ventarra no município de Erebango, no Rio Grande do Sul, em registrar no formato audiovisual para divulgação na internet a apresentação cultural do coletivo, formado por 21 indígenas Kaingáng, entre adultos, jovens e crianças.
A proponente da iniciativa, que conta com a parceria do Ponto de Cultura Kanhgág Jãre da Terra Indígena Serrinha (RS), é a indígena Priscila Kókoy Braga, professora Kaingáng que há 4 anos tem acompanhado as atividades do Grupo Cultural Kanhgág Jãre junto à Escola Estadual Indígena de Ensino Médio Kanhrãrãn Fã Luís Oliveira, na qual é professora no ensino fundamental.
O projeto foi selecionado no edital Criação e Formação – Diversidade das Culturas, promovido pela Fundação Marcopolo e Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac), que conta com recursos da Lei Aldir Blanc.
Grupo Cultural Kanhgág Jãre da aldeia Ventarra
O nome do grupo, “Kanhgág Jãre”, em língua indígena Kaingáng quer dizer “raiz kaingáng”, sendo a produção bastante significativa por registrar o protagonismo de alunos e comunidade da Terra Indígena Ventarra, contribuindo na valorização e divulgação da cultura Kaingáng. É formado por alunos indígenas da Escola Estadual Indígena de Ensino Infantil, Fundamental e Médio Kanhrãrãn Fã Luís Oliveira, do professor (kujá/pajé) Ademir Brandino, e indígenas da comunidade Ventarra.
Para a educadora Susana Kaingáng, que também é advogada e membro do Instituto Kaingáng (Inka), organização indígena que gerencia o Ponto de Cultura Kanhgág Jãre, “a internet tem se mostrado uma importante ferramenta de registro, valorização e disseminação da cultura dos povos indígenas, especialmente nestes tempos de pandemia ocasionada pela Covid-19 em que se tem evitado atividades presenciais, possibilitando essa interface de trocas de conhecimentos e saberes, mesmo que à distância”, acrescentando sobre trabalhos expoentes como a do grupo cultural de Ventarra.
A Comunidade Indígena Ventarra
Situada no município de Erebango (RS), a Terra Indígena Ventarra conta com aproximadamente 98 famílias indígenas Kaingáng e resulta de um processo de retomada do território tradicional Kaingáng iniciado em 1993. Nela, a população Kaingáng procura revitalizar e fortalecer as expressões marcadoras de sua identidade cultural e uma das formas tem sido a formação de grupos de canto e danças por alunos que frequentam a Escola Indígena sediada na respectiva comunidade, a exemplo desta iniciativa.