Em cumprimento da Ação “Jagnẽmré Covid-19 Kato Jẽgjẽg” – “Todos Juntos Contra a Covid-19” do Instituto Kaingáng (Inka) com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi concluída neste mês de julho, a primeira fase dos trabalhos, que ocorrerá mensalmente no espaço do Ponto de Cultura “Centro Cultural Kanhgág Jãre”, na Terra Indígena Serrinha, no Rio Grande do Sul.

O projeto, que prevê um alcance de 15% da população Kaingáng da aldeia Serrinha, representada por 100 famílias indígenas em situação de vulnerabilidade econômica, garantirá a entrega de 100 cestas básicas mensais com prioridade para grupos vulneráveis do ponto de vista da saúde como diabéticos, hipertensos, famílias com pessoas com necessidades especiais, gestantes de risco, e aqueles que não possuem terras ou empregos formais.

As entregas foram organizadas pela equipe do Inka em conformidade as regras de higiene e distanciamento social junto às famílias indígenas, tendo a presente ação o objetivo de colaborar para o isolamento social, diminuindo os riscos de contágio e disseminação de Covid-19 na região norte do Rio Grande do Sul.

Pandemia avança

A presidente do Inka, Andila Kaingáng, explica a relevância da ação do Inka para a Comunidade de Serrinha. “A covid-19 chegou em nossa aldeia e por isso, esta iniciativa atende às demandas do nosso povo em face da pandemia e da impossibilidade de sair das terras indígenas em busca de alternativas de subsistência pelo risco de contaminação e pela vulnerabilidade dos povos indígenas ao vírus”, destacou.

Nesta terça, 04 de agosto, de acordo com dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) sobre o panorama geral da covid-19 no Brasil, os indígenas contaminados chegam a 22.021 pessoas, com 625 mortes, alcançando 148 povos indígenas no país.

Recentemente, a covid-19 vitimou na aldeia Serrinha, o cacique Ronaldo Claudino, trazendo a dura realidade da pandemia que segue avançando no interior das aldeias.

Acompanhe por aqui outras informações das ações do Inka no combate e prevenção da Covid-19 em meio ao povo Kaingáng.

Escrito por: Sônia Kaingáng, jornalista indígena independente, especializada em Educação, Diversidade e Cultura Indígena.

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